Absorve-me mas em várias fracções

sábado, 1 de abril de 2017

Dia das mentiras

A associação do 1.º de Abril ao reino da mentira tem uma origem simples: foi nesse dia, em 1890, que morreu Carlo Collodi, o criador do Pinóquio. Ao associar-se a data à história do rapaz que via o nariz crescer sempre que escapava à verdade, pretendeu-se, assim, enaltecer a genial criação do autor italiano, capaz de resistir à passagem dos anos, e, ao mesmo tempo, celebrar a altura em que todos poderiam expressar a sua faceta mais inventiva, mentindo descaradamente ou simplesmente pregando partidas a amigos e familiares. Em Portugal, por sua vez, foi precisamente nesse dia que se realizou a primeira sessão legislativa, coincidência logo aproveitada pelo povo para invetivar os representantes da nação, sempre tidos em pouca conta pelos estratos mais desfavorecidos. Na realidade, as explicações atrás descritas são puramente fantasiosas - Collodi morreu, sim, mas a 26 de Outubro de 1890; enquanto a primeira sessão legislativa ainda não terminou, já que o cumprimento efectivo da Constituição continua a ser uma miragem -, mas um artigo sobre o 1.º de Abril que não contivesse sequer umas mentira(zinha)s seria indigno desse nome... A explicação da data estará relacionada com o calendário gregoriano A verdade (se é que se pode falar nela quando o assunto é o 1.º de abril) é que a explicação da data estará relacionada com a adopção do calendário gregoriano, o qual pôs termo ao sistema anterior (o ano iniciava-se a 25 de Março e incluía uma semana de festejos rijos). Em 1564, o rei francês Carlos IX adoptou finalmente a nova data, que coincidiu com o primeiro dia de Abril. Resistentes à mudança, muitos franceses ignoraram o novo calendário durante anos a fio e seguiram fielmente o antigo até ao fim dos seus dias. O 1 de abril passou, assim, a ser sinónimo de uma data que não se leva a sério, expressão máxima da zombetearia. Sou uma força da natureza, não tentes destruir - me...

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Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.Nietzsche
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